Quando devo ir ao pronto atendimento? E quando não devo?

Ir ao pronto atendimento sem necessidade causou a superlotação deste cuja a mulher da entrada.

Sintomas são alertas do organismo e não devem ser ignorados. Porém, nem todo sintoma é motivo para ir ao pronto atendimento.

Listamos quatro sinais (bem comuns) e explicamos com o que cada um deles pode estar relacionado.

Lembre-se: procure sempre a orientação médica!

Lombalgia (dor lombar, dor nas costas)

Sintoma muito comum: cerca de 70% da população sofrerá com dor nas costas em algum momento da vida. Desses, muitos irão se tornar crônicos – a grande maioria após os 50 anos de idade e sem uma lesão especí­fica.

A lombalgia é provocada por um longo período de sobrecarga sobre as estruturas da coluna vertebral e decorrente da má postura.

Além disso excesso de peso e atrofia muscular contribuem para o aparecimento da dor. Acresce-se que nesses casos o incômodo tende a piorar com os movimentos, como abaixar ou girar o tórax, esforço físico e é aliviada pelo repouso e aplicação de calor no local.

Procure um médico ou um ortopedista para avaliação do sintoma. O pronto atendimento não é o local adequado!

Porém, existem condições nas quais a dor lombar não deve aguardar para ser avaliada e tratada.

Em primeiro lugar é quando a dor é aguda e de forte intensidade. Isso ocorre geralmente de maneira súbita após esforços físicos, como pegar peso excessivo ou muito tempo em uma mesma posição.

Portanto, nestas situações a pessoa consegue controlar a dor com medicações orais em seu domicílio e deve ir ao pronto atendimento para rápido alívio e conforto. Da mesma forma, em alguns casos, a dor pode irradiar para as nádegas ou pernas devido a compressão de raiz nervosa (ciático). Caso esteja associada a dormência ou perda de força na perna traduz uma maior gravidade e urgência.

Semelhantemente duas condições bastante corriqueiras, porém de origem renal, os cálculos renais e a infecções renal (pielonefrite) também são responsáveis pela dor lombar. Suas características são bem diferentes da dor de origem osteomuscular.

Por sua vez os cálculos renais produzem uma dor súbita, de grande intensidade e cólica, podendo irradiar para o abdômen e genitália, associada a suor frio e vômitos. Sua principal característica é que, pelo efeito da cólica, existe um intervalo de alí­vio entre um episódio e outro da dor.

Em contrapartida a dor da pielonefrite inicia de forma mais lenta, progressiva, tendo em muitos casos a ardência e o desconforto urinário como precedentes. Naturalmente sua dor é contínua e o paciente exibe sintomas sistêmicos como febre, calafrios, vômitos e alterações do aspecto e cheiro da urina.

Fonte: Dr. José Leão Souza Jr., coordenador médico da UPA Unidade Alphaville

Tosse e coriza (secreção nasal)

A tosse pode estar relacionada a várias doenças, sendo a grande maioria causada por gripes, resfriados, pneumonia, asma, bronquite, faringites, sinusites e inclusive a problemas cardí­acos. Ela também pode ser provocada por doenças do aparelho digestivo e algumas vezes por medicações.

Geralmente a tosse é provocada por doenças simples e sem muita gravidade – podendo durar até três a quatro semanas sem ser obrigatoriamente um motivo de preocupação para o paciente.

Nessas situações a consulta no pronto atendimento não é necessária. O alerta pode ser controlado com hidratação e boa alimentação.

Devemos ir ao pronto atendimento quando:

  • A tosse persistir por mais de 3 semanas;
  • Caso a tosse for acompanhada de secreção abundante e de coloração amarelada ou esverdeada ou sanguinolenta;
  • Quando a tosse vem com presença de febre que dure mais de dois a três dias;
  •  A tosse for associada com falta de ar ou dor no tórax ao respirar.

Caso apresente um desses sintomas, procure o médico para uma avaliação e investigação!

Coriza (secreção nasal)

A princípio também é provocada por problemas simples e sem a necessidade, na maioria das vezes, de auxí­lio médico. A coriza pode ser provocada por viroses respiratórias (resfriados e gripes), sinusites, alergias e outras doenças do nariz e cavidades para nasais.

Devemos buscar ir ao pronto atendimento quando:

  • A coriza persistir e tornar amarelada, esverdeada ou sanguinolenta;
  • A dor se intensificar na face ou de cabeça associada a coriza ;
  • Coriza  está associada a febre alta;
  • Coriza de longa duração (mais de quatro semanas).

Fonte: Dr. Mauro Iervolino, coordenador médico, clinico geral, UPA Ibirapuera

Dor abdominal

A dor abdominal é um sintoma muito frequente e pode acometer, em alguns momentos da vida, qualquer pessoa.

Dores abdominais variam entre leves até muito intensas. Podem ser contí­nuas ou intermitentes. Ter curta duração (agudas) ou ocorrer ao longo de semanas ou meses (crônicas). São muitas causas possíveis, desde dores provocadas por cólicas intestinais ou mesmo uma distensão muscular (que não são graves) até as condições que requerem atenção médica imediata.

Geralmente, a localização da dor abdominal pode fornecer uma pista importante para a identificação de sua causa. Da mesma forma, em outros momentos, a dor abdominal pode ter causas menos óbvias, mesmo durante um atendimento hospitalar, exigindo investigação para o diagnóstico.

Procure atenção médica imediata se a dor abdominal for muito intensa ou se:

  • Tiver sido provocada ou estiver associada a ocorrência de um trauma, como um acidente ou uma lesão local direta;
  • Estiver acompanhada por dor ou pressão no peito, falta de ar, mal estar intenso, sensação de desmaio, rebaixamento ou perda da consciência;
  • A dor é tão intensa que você não pode se mover ou tocar o abdome sem causar piora, ou se você não pode ficar parado ou encontrar uma posição confortável;
  • A dor é acompanhada por outros sinais e sintomas preocupantes, tais como febre alta, calafrios, diarreia com sangue, náuseas e vômitos persistentes com desidratação, icterícia (pele e olhos amarelos), ou grande aumento do volume do abdome.

Caso nenhuma das situações acima estiver ocorrendo, agende uma consulta com seu médico se a dor abdominal, mesmo sendo leve, não tiver causa conhecida que não seja preocupante, durar mais do que alguns dias ou mudar de características ou de intensidade.

Até a consulta programada com o seu médico, evite esforços físicos intensos, coma alimentos leves em refeições pequenas e com intervalos curtos, evite tomar analgésicos com ação anti-inflamatória (estes podem causar irritação do estômago, podendo até causar piora da dor abdominal).

Fonte: Israel Szajnbok, coordenador médico do Pronto Atendimento Unidade Perdizes – Higiene Pessoal

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Febre

É considerado febre quando a temperatura do corpo está maior do que 37 – 38ºC. A medição da temperatura é feita pela axila por 3 a 5 minutos. Pode ser provocada por: infecção viral ou bacteriana, excesso de agasalho, desidratação etc.

Quando os agentes infecciosos (ví­rus e bactérias) entram no organismo eles causam muitas reações no nosso sistema de combate ás infecções (sistema imune), produzindo substâncias que vão atingir o cérebro, numa região chamada hipotálamo.

O hipotálamo é o centro que regula a nossa temperatura interna, que normalmente varia de 36,5ºC a 37,2ºC. Quando essas substâncias chegam no hipotálamo, elas alteram a regulação da nossa temperatura para 37,8ºC ou mais, produzindo, assim, a febre.

Por isso a presença de febre na maioria das vezes indica o início de um quadro infeccioso e que frequentemente é auto limitado de origem viral.

O episódio de febre, geralmente abate a criança e é normal ter sintomas junto com ela, como: fraqueza, sensação de frio, mal estar, dor de cabeça, falta de apetite, dor muscular, vômitos e choro. Do mesmo modo, coração fica acelerado e a respiração mais rápida.

As medicações antitérmicas são utilizadas para alí­vio dos sintomas associados a  febre. Os antitérmicos não interferem na evolução do quadro infeccioso. A febre pode ser tratada com medicamentos como dipirona, paracetamol ou ibuprofeno, que vão agir no cérebro, abaixando a temperatura do corpo.

O banho e as compressas não abaixam a febre. Eles são métodos físicos que só trocam o calor do corpo com o ambiente. Eles podem ser feitos depois que foi dada medicação, mas sozinhos, eles não funcionam. E ainda, o banho pode causar mal estar para a criança que está com febre. Não o faça se isso acontecer.

Ofereça bastante líquidos para a criança com febre.

Quando a criança deve ir ao Pronto Atendimento?

  • Febre de 37,8ºC ou mais em recém nascidos ou crianças até 3 meses de vida
  • Febre de 39°C em crianças de 3 meses a 3 anos de idade, sem tosse, coriza, alteração da urina ou das fezes; É o que chamamos de febre sem sinais localizatórios.
  • Criança que mesmo quando abaixa a febre com uso de medicação continua quietinha, não brinca, fica muito chorosa, tem respiração rápida ou fica gemente
  • Em caso de criança com muita dor de cabeça e vômitos, mesmo quando a temperatura abaixou com o efeito de medicação.
  • Situação de criança com manchas arroxeadas pelo corpo
  • Criança com tremores em todo o corpo junto com pele arrepiada, boca e dedos das mãos e dos pés arroxeados.
  • Ocasião  com criança que tem doença crônica como diabetes, fibrose cística, anemia falciforme, câncer entre outros
  • Em caso de febre com mais de 3 dias de duração

Meu filho com febre pode convulsionar?

A preocupação com convulsão é muito frequente quando a criança está com febre. Apesar de ser assustadora, se ela acontecer, não tenha medo. Não são todas as crianças com febre que terão convulsão, somente aquelas que têm predisposição. Ela é benigna, não leva a morte e não deixa sequelas.

Fonte: Dra. Adriana Vada Souza Ferreira, pediatria UPA Morumbi

A fim de gerir melhor o pronto atendimento e separar pacientes os pacientes mais graves dos menos graves foi decretado a obrigatoriedade de uma classificação de risco nas unidades de urgência e emergência. Saiba mais sobre classificação de risco.

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